Livros sobre a Grécia Antiga por Rafael Tubone Magdaleno

Rafael Tubone Magdaleno é bacharel e mestre em Direito pela PUC-SP, com período de intercâmbio na Université Paris-Ouest Nanterre/La Defense, e doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) . Possui especialização em Direito Público e Direito Tributário. Bacharel em Filosofia pela Universidade de São Paulo. É professor universitário e coordenador do Curso de Graduação em Direito da Faculdade Nove de Julho de Osasco (NOVE-Osasco) e autor dos livros Do Direito Democrático, Ed. Liberars (2020) e “Amor/Moira”, Ed. Poesia Impossível (2023).
Rafael Tubone Magdaleno é bacharel e mestre em Direito pela PUC-SP, com período de intercâmbio na Université Paris-Ouest Nanterre/La Defense, e doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) . Possui especialização em Direito Público e Direito Tributário. Bacharel em Filosofia pela Universidade de São Paulo. É professor universitário e coordenador do Curso de Graduação em Direito da Faculdade Nove de Julho de Osasco (NOVE-Osasco) e autor dos livros Do Direito Democrático, Ed. Liberars (2020) e “Amor/Moira”, Ed. Poesia Impossível (2023).

No dia 15 de março de 2023, o professor Rafael Tubone Magdaleno se reuniu com a pesquisadora Júlia Albergaria, do INB (Instituto Norberto Bobbio), para indicar livros que nos ajudam a iniciar os estudos sobre a Grécia Antiga. Rafael foi professor no curso “O que é democracia?” produzido pelo Instituto Norberto Bobbio em parceria com o CIEE.

As Origens do Pensamento Grego de Jean-Pierre Vernant

É muito interessante pensar em uma lista de livros essenciais, porque uma das maiores dificuldades dos leitores é situar as obras no contexto histórico em que foram escritas. Nesse sentido, é importante ter acesso a uma bibliografia que seja tecnicamente rigorosa e correta do ponto de vista histórico. Ao falar sobre a Grécia antiga, é indispensável recorrer à obra de Jean-Pierre Vernant, cuja contribuição para a compreensão da transição dos mitos para a racionalidade filosófica é memorável.

A Invenção da Política de Francis Wolff

Embora menos conhecido e reconhecido, Francis Wolff é um dos maiores filósofos vivos. Seu texto A Invenção da Política, publicado na coletânea A Crise do Estado-Nação, busca explicar como a ideia de política surge no Ocidente. Para isso, ele estabelece uma aproximação entre a democracia grega e a leitura realizada por Pierre Clastres das sociedades sem estado.

First Democracy: The Challenge of an Ancient Idea de Paul Woodruff

O professor helenista de filosofia americano, Paul Woodruff, busca modelar o que foi a antiga democracia. Isso é importante porque houve muitas democracias na antiguidade, para além da experiência ateniense. No entanto, Atenas se tornou a referência mais importante desse período devido às fontes documentais mais ricas que temos sobre ela. Woodruff realiza um trabalho de análise documental para estabelecer o que designa tudo o que aconteceu na Grécia Antiga como democracia. Nesse contexto, poderia também ser sugeridos os livros de Paul Cartledge, em especial, “Democracy: a life”. Porém, penso que Paul Woodruff consegue ser mais sintético, didático e toca nos pontos fundamentais do questionamento: o que podem nos ensinar os gregos com a sua formação democrática?

The Shape of Athenian Law por Stephen Todd

O livro The Shape of Athenian Law de Stephen Todd é, para mim, o melhor já escrito sobre o direito ateniense. Isso porque o autor analisa não apenas as ações existentes na época, mas também suas implicações. No campo do direito ateniense, há outras obras notáveis, como A Constituição dos Atenienses de Aristóteles, que é praticamente uma descrição das instituições de Atenas. Também poderia recomendar outro livro chamado La démocratie athénienne à l’époque de Démosthène, que é igualmente maravilhoso e oferece uma descrição institucional detalhada da democracia ateniense, mas na época de Demóstenes, bem como “Democratic Law in Classical Athens”, de Michael Gagarin.

A Tragédia Grega por Jacqueline Worms de Romilly

A minha última indicação é para aquela que considero a maior helenista francesa. Recomendo que todos assistam a uma entrevista de Romilly gravada no YouTube, que é muito poética, pois, assim como os sábios da antiguidade e os oráculos gregos, ela perdeu a visão no final de sua vida. Ela faz reflexões muito interessantes sobre não poder mais ler da forma ortodoxa e ter que recordar pela memória o que leu no passado. Eu poderia recomendar vários livros dela, como Além do Pensamento Grego ou Por que a Grécia?, nos quais a autora explora o motivo pelo qual a Grécia é um objeto de estudo tão reverenciado em comparação com outros. No entanto, recomendo A Tragédia Grega porque foi publicado em português. Neste livro, Jacqueline de Romilly realiza uma análise brilhante e profunda da tragédia grega. Nesse mesmo contexto, das importantíssimas helenistas, citaria Claude Mossé e Nicole Loraux (apesar de discordar de alguns posicionamentos desta última autora sobre o discurso fúnebre de Péricles em Tucídides).

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