Como o ambiente virtual impacta a nossa subjetividade? por Pedro de Santi

Pedro de Santi é psicólogo, professor da ESPM e ministra cursos na Casa do Saber. Possui especialização em Teoria Psicanalítica (PUC-SP), Especialização em Cultura Material e Consumo (ECA/USP). É Líder do Grupo de Pesquisa (CNPq) Eu e o outro na cidade, Pós-Doutor em Comportamento do Consumidor (ESPM), Doutor em Psicologia Clínica (PUC-SP), e Mestre em Filosofia (USP). Autor de A subjetividade no ambiente virtual: ambivalências, paranoias, realidade psíquica e quarentena (2020) A crítica ao eu na Modernidade. Em Montaigne e Freud" (2022. 2.Edição), A subjetividade no ambiente conectado (2020); Existir na cidade 2: memória (co-editado com Clarissa Rahmeier, 2019); Existir na cidade: os contornos de si no (des)encontro com o outro" (co-editado com Clarissa Rahmeier. 2018), Eu e o outro na cidade. Ensaios psicanalíticos (2016); Desejo e Adição nas relações de consumo(2011), A construção do eu na Modernidade. Uma apresentação didática (1998) Psicologia. Uma nova introdução, em co-autoria com Luís Cláudio Figueiredo (1997). E outros capítulos de livro e artigos na área de psicanálise, consumo e subjetividade contemporânea.
Pedro de Santi é psicólogo, professor da ESPM e ministra cursos na Casa do Saber. Possui especialização em Teoria Psicanalítica (PUC-SP), Especialização em Cultura Material e Consumo (ECA/USP). É Líder do Grupo de Pesquisa (CNPq) Eu e o outro na cidade, Pós-Doutor em Comportamento do Consumidor (ESPM), Doutor em Psicologia Clínica (PUC-SP), e Mestre em Filosofia (USP). Autor de A subjetividade no ambiente virtual: ambivalências, paranoias, realidade psíquica e quarentena (2020) A crítica ao eu na Modernidade. Em Montaigne e Freud" (2022. 2.Edição), A subjetividade no ambiente conectado (2020); Existir na cidade 2: memória (co-editado com Clarissa Rahmeier, 2019); Existir na cidade: os contornos de si no (des)encontro com o outro" (co-editado com Clarissa Rahmeier. 2018), Eu e o outro na cidade. Ensaios psicanalíticos (2016); Desejo e Adição nas relações de consumo(2011), A construção do eu na Modernidade. Uma apresentação didática (1998) Psicologia. Uma nova introdução, em co-autoria com Luís Cláudio Figueiredo (1997). E outros capítulos de livro e artigos na área de psicanálise, consumo e subjetividade contemporânea.

No dia 2 de março de 2023 a pesquisadora do INB conversou com o professor Pedro de Santi sobre os impactos das novas tecnologias e do ambiente virtual na subjetividade.

INB: As inovações tecnológicas têm se desenvolvido com uma rapidez sem precedentes na história da humanidade. De que maneira os novos cenários produzidos pelas tecnologias impactam a nossa saúde mental? Na sua opinião, surgiram novos sofrimentos psíquicos decorrentes desse processo?

Pedro: Todas as vezes que uma grande inovação tecnológica surge, ela estimula reações ambivalentes. Por um lado, há uma celebração coletiva, e por outro, há temor. De fato, a presença da tecnologia em nossas vidas pode economizar o trabalho minucioso e contribuir para uma melhor gestão do tempo. A resposta positiva e acolhedora em relação a tais avanços ocorre, justamente, porque eles realizam tarefas que não precisamos mais executar. No entanto, muitos observam o desenvolvimento das inovações como algo catastrófico. 

A comemoração e o medo de que os seres humanos percam determinadas habilidades estão sempre presentes. Isso é algo que ocorre em todos os momentos da história: a celebração e o temor de que a tecnologia torna obsoletas certas capacidades humanas. Um exemplo histórico disso é a anedota de um faraó egípcio que, quando ouviu falar da invenção da escrita, disse que o mundo iria acabar. Com os textos escritos, quem iria memorizar a Bíblia, a Odisséia, o Mahabharata, o Livro dos Mortos? Segundo o faraó, os seres humanos perderiam a memória por causa da inovação. Esse episódio é importante porque revela uma dicotomia que muitas vezes não percebemos: a ideia de que o livro é o herói, enquanto a tecnologia é a vilã.

No entanto, essa avaliação maniqueísta é prejudicial para a discussão. O fato é que, independentemente dos julgamentos de valor, o impacto das novas tecnologias adquiriu proporções gigantescas. A rapidez com que se estabelecem é uma característica sem precedentes na história, e suas mudanças e evoluções são praticamente contínuas.

Tal aspecto qualifica a tecnologia e assemelha-se ao próprio funcionamento da mente humana, na medida em que ela se molda de acordo com o ambiente. Nesse sentido, ela se adapta ao âmbito em que está inserida. Portanto, falar sobre a transformação do ambiente pela tecnologia implica em identificar uma nova subjetividade, um novo modo de existir, um novo caminho para a felicidade e novas formas de enfrentar desafios.

Quando era criança, a televisão produzia imagens monocromáticas em apenas dois canais – a TV Tupi e a Rede Globo –  o que resultava em uma visão limitada da informação. Minha principal fonte de conhecimento era meu pai, que contava as notícias do trabalho. Assim, a conexão que estabelecia com o mundo era principalmente mediada pela minha família. Hoje, esse cenário mudou profundamente: a maioria das crianças que têm condições econômicas para isso, frequenta creches ou escolinhas desde muito cedo e tem contato precoce com tablets e telefones.

O acesso ao mundo é completamente diferente. As famílias perderam grande parte do controle que costumavam ter sobre a informação recebida pelas crianças, o que gera receios legítimos. Inevitavelmente, esse processo transforma a constituição de nossa mente.

Na psicanálise, a maior parte dos autores que tenho lido costuma destacar os aspectos negativos do desenvolvimento tecnológico, especialmente aqueles que se referem a perda de certos recursos psíquicos. No entanto, é comum que, à medida que a história avança, às gerações percam elementos que as gerações anteriores possuíam. No tempo presente, nós nos tornamos mais imediatistas, narcisistas e intolerantes, mas essa não é a única verdade.

Acredito que, com frequência, as discussões sobre a internet negligenciam a ambivalência. A literatura tende a enfatizar os aspectos prejudiciais de um pensamento tecnológico decadente. Contudo, cada geração se desenvolve a partir de seu próprio universo simbólico. Toda vez que novas gerações surgem, valores diferentes emergem ao lado delas.

É preciso enfrentar a tendência de desqualificar o mundo posterior. É normal sentir-se inseguro diante da novidade, mas não deve-se agir com rechaço e violência para ocultar o sentimento ruim. Há uma ferida narcísica em cada pessoa que se vê perdendo o lugar para a nova geração. Compreendo que uma das razões pelas quais as inovações são interpretadas predominantemente de maneira negativa é devido a esse catastrofismo.

Costumamos dizer que com o Youtube, ninguém mais vai ler livros. Essa é justamente a visão que tende a ser decadentista. O livro Intoxicações Eletrônicas: o sujeito na era das relações, por exemplo, apresenta discussões importantes sobre os aspectos negativos da internet, como a ideia de que nos tornamos extremamente imediatistas e perdemos a habilidade de esperar. Nos acostumamos a acessar informações a todo momento.

Mas isso não é necessariamente negativo. Por exemplo, no carnaval desse ano, viajei para o Japão e, para me locomover com eficiência, utilizei o Google Maps em vários momentos do dia. Poder usar a tecnologia, nesse caso, é absolutamente incrível. A internet oferece a instantaneidade, para o bem e para o mal.

Acredito que seja mais fácil compreender e tornar tangível o impacto da internet quando ela entra nas nossas casas. Desde sua origem, ela proporciona uma experiência de alteridade e permite que conheçamos pessoas além do nosso círculo social imediato. Um exemplo importante é o adolescente deslocado na escola, que sofre bullying e se refugia na vida online para encontrar um senso de pertencimento.

A própria inteligência artificial contribuiu para criar espaços “personalizados” por meio da utilização de algoritmos. A internet parte do pressuposto de que o indivíduo gosta de si mesmo e, por isso, só busca aquilo que identifica. Isso se aplica ao Spotify, ao Netflix e a outros serviços de streaming. Esse pressuposto é psicologicamente terrível, pois reduz a interação aos mecanismos identitários. Quanto mais consome certo tipo de conteúdo, mais o usuário é direcionado a ver apenas o semelhante.

Os serviços de streaming pressupõem e reforçam a ideia, erroneamente, de que o gosto deve ser apenas daquilo que identificamos. Os algoritmos são identitários e, por isso, corroboram a intolerância. Tais elementos transformaram a internet e contribuíram para a formação de bolhas de incompreensão do outro. De tão acostumados a ver apenas a nós mesmos, quando nos deparamos com a diferença, ficamos surpresos. A internet tende ao narcisismo exatamente na medida em que reforça a identidade. É um ato narcisista manter-se idêntico a si mesmo e confirmar apenas aquilo que já sabemos.

Por outro lado, a internet também oferece acesso a informações valiosas, um assunto que abordo em meu livro A Subjetividade no Ambiente Virtual: Ambivalências, Paranoias, Realidade Psíquica e Quarentena. Quantas pessoas que não têm acesso a boas escolas podem obter informações completas no Google? E quantas outras podem participar de cursos em instituições renomadas sem sair de suas casas? Sou professor em um programa de pós-graduação em psicanálise da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e, durante a pandemia, alunos de todo o Brasil puderam participar do curso na modalidade remota.

Contudo, a perspectiva ambivalente que defendo também reconhece que a internet reforça a ideia de poder imediato, algo completamente contrário aos pressupostos da sociedade. Na primeira infância, por exemplo, somos expostos à frustração, ao vazio, ao tempo e à espera. Aprendemos gradualmente que as pessoas que cuidam de nós não estão disponíveis o tempo todo. Esse processo faz parte da constituição psíquica e é conhecido na psicanálise como “castração simbólica”.

À medida que amadurecemos, somos expostos à frustração, ao vazio e à realidade do mundo exterior, em que existem outras pessoas e outras. Nele, nós não somos o centro de tudo. Isso é muito frustrante, pois o desejo imediato e o autocentramento é parte constitutiva da psique humana. A educação é um desafio, tanto para as escolas quanto para os pais, porque envolve ensinar às crianças que nem sempre é a vez delas e é preciso aprender a esperar. Por exemplo, os pais devem definir limites quando trabalham em casa, para que seus filhos não pensem que podem brincar o tempo todo.

A questão que surge com frequência neste ciclo de ações eletrônicas é o excesso de presença. A criança sempre está sob o olhar de um adulto ou de uma tela, e ela raramente fica sozinha ou experimenta o vazio. Isso é prejudicial à subjetividade, porque é no vazio, na frustração e na falta que o narcisismo se transforma em complexo de Édipo e introduz o conceito de castração, imperfeição e vida em sociedade. Em um mundo que está conectado desde muito cedo, as crianças nunca estão sozinhas porque estão sempre com alguém ou com uma tela.

A onipresença de estímulos elimina os vazios nos quais ela normalmente usaria sua imaginação, aprenderia a esperar e a lidar com o tempo. Só assim é possível enfrentar a realidade do mundo imediato. Portanto, cada vez mais há formas infantilizadas, narcisistas e intolerantes à constituição. Isso ocorre porque não aprender na idade apropriada o valor da espera obstaculiza o desenvolvimento da imaginação: a criação de um mundo interno que entretém quando não há ninguém por perto. E a falta disso pode ser insuportável.

O psicanalista inglês Donald Winnicott afirma que saúde mental é ter a capacidade de estar sozinho. Isso pode parecer simples à primeira vista, mas não é. A capacidade de estar sozinho não significa isolamento, mas sim estar bem diante da solidão. Estar com outra pessoa deve ser uma escolha, uma possibilidade e um prazer. Se estou sempre conectado, porque o mundo oferece essa constante conexão, então não há tempo para me acostumar consigo mesmo.

No meu livro, Desejo e Adição nas Relações de Consumo, escrevi sobre a adição nas relações de consumo na clínica. Psiquiatras e psicólogos observam cada vez mais pessoas com dependências da internet, de compras, de substâncias e de relacionamentos. Mas o fato é que todos somos dependentes e, com o passar do tempo, ganhamos autonomia. Isso envolve aprender a enfrentar o vazio, a falta, a frustração e a criar o mundo interno. Portanto, o grande risco de um mundo hiperconectado é permanecer dependente, pois não aprendemos a experimentar o vazio, a falta, a descontinuidade e o tempo. 

É importante notar que novas formas de subjetividade surgirão. Se olharmos para essas formas com a régua que tínhamos antes, elas sempre parecerão doentes. As crianças de hoje não são como éramos, mas isso não nos dá o direito de considerá-las doentes apenas porque não compreendemos completamente seus modos de ser. Devemos reconhecer que estão surgindo novas maneiras de ser e que não devemos desqualificá-las antecipadamente apenas porque não as entendemos. O mundo não vai acabar, para o bem ou para o mal, e novas formas de subjetividade vão surgir. O importante é abordá-las com uma mente aberta e não necessariamente julgá-las como decadentes.

INB: Com o advento da televisão no século XX, foram realizadas diversas análises da sua influência na cultura e na vida social. Agora, com a chegada dos smartphones, computadores, etc. outros desafios se impõem. Como o senhor  analisa as diferenças de uma geração “formada pela televisão” e uma geração “formada pelo celular”? 

Pedro: As contribuições da Escola de Frankfurt são fundamentais para entender essa diferença. Porém, há uma crítica específica à cultura de massa dos anos 1970 que tornou-se obsoleta, especialmente em relação à interação. A Escola de Frankfurt trata a cultura de massa como algo singularizado, massificado, homogeneizado e pasteurizado, sobretudo por causa da televisão.

No entanto, há um aspecto fundamental que é o fato de que hoje em dia há, na mesma figura, o consumidor e o produtor de conteúdo. Na era da internet, você pode consumir a recomendação dos serviços de streaming, mas também criar playlists, escolher a foto para postar no Instagram. Portanto, há uma diferença importante em termos de alienação. Parece-me que não havia uma maneira clara de se tornar um sujeito naquele ambiente massificante dos anos 70 que tratava os limites da cultura de massa a partir de uma dicotomia muito rígida. No entanto, essa dinâmica mudou, especialmente por volta dos anos 2000.

Nesse momento, a Indústria Cultural se tornou tão diversificada que não é mais necessário aderir a uma única tendência: é possível ser fã de axé de manhã, de música country à tarde e apreciar música clássica à noite. A ideia de pertencer à cultura de massa não é mais a mesma, pois há muitas tribos culturais ao mesmo tempo. Isso levou a uma mudança significativa na forma como as pessoas se relacionam com a cultura de massa: não há mais necessidade de escolher uma única tribo ou uma única experiência para fazer parte. Durante o século XXI, há mais variedade de caminhos, o que facilita o encontro com aquilo que é mais adequado a nós. Melhor ainda, passou a ser interessante circular entre vários grupos, e isso se tornou um elemento emancipador que permitia que um indivíduo se afirmasse como sujeito, mesmo em uma cultura de massa. 

Nem tudo precisava ser o que nós vivemos. É possível construir um estilo próprio e se destacar em um ambiente massificado. Isso significa que a cultura de massa é como uma escultura contemporânea em constante mudança. Ela é muito mais interativa do que a cultura dos anos 1970, que era predominantemente passiva. Hoje em dia, não somos mais tão passivos. Antonio Nigri, em seu livro Multidão: Guerra e democracia na Era do Império, argumenta que o conceito de multidão mudou: agora, temos vários indivíduos no mesmo lugar. Esse cenário é diferente do que ocorria no século XX, quando a massa era uniforme e despersonalizada. Os espaços interativos da internet aumentam a sensação de individualização.

INB: As produções psicanalíticas contemporâneas dedicam-se cada vez mais a compreender as consequências do consumo excessivo de telas para a constituição da subjetividade. De que maneira a exposição demasiada ao ambiente virtual influencia a nossa experiência psíquica?

INB: Para responder a essa questão, o primeiro aspecto a considerar diz respeito à ambivalência do narcisismo, em desaprender a esperar e à sensação de acesso à informação. Até hoje, nunca houve um acesso tão amplo à informação, o que merece ser comemorado. Não é correto pensar em restringir o acesso porque isso pode ser prejudicial para a democratização de diversos espaços, como, por exemplo, a universidade. Não consigo imaginar alguém dizendo que prefere um mundo sem internet, pois é realmente uma revolução tecnológica que tornou o conhecimento acessível a muitos.

Por outro lado, é preciso ponderar a tendência à superficialização das relações devido aos aplicativos. As pessoas terceirizam sua intolerância, e é daí que surgem os chamados “cancelamentos”. Evidentemente, todos nós temos limites para a nossa tolerância, mas as redes sociais muitas vezes reduzem muito esses limites. O imediatismo da reação é alimentado pela velocidade da internet, o que coloca em pauta uma dinâmica mais narcisista. Portanto, é importante aprender a usar a internet de forma mais consciente.

INB:  Na sua opinião, qual é o impacto das novas tecnologias para o campo psi?

Pedro: No início da pandemia da COVID-19, achei que teria que fechar meu consultório porque estava acostumado a atender pacientes presencialmente. Só realizava videochamadas ou atendia por telefone em situações excepcionais. No entanto, para minha surpresa, todos os pacientes migraram para o atendimento online.

O campo “psi”, que inclui psiquiatras, psicólogos, psicanalistas, etc., cresceu muito durante a pandemia. Todos estão atendendo mais do que antes. E quando os profissionais dessa categoria estão ocupados, isso geralmente significa que o mundo enfrenta momentos difíceis. Se estamos trabalhando mais, significa que as pessoas estão sofrendo mais.

Porém, atender online implica na perda de algo importante do processo, que é o próprio ritual de ir para a sessão. Quando um paciente se encaminha ao consultório, ele tem um tempo para elaborar o que vai falar e expressar os sentimentos de uma forma mais acessível. Chegar ao consultório pode ser muito acolhedor para ele, assim como voltar para casa refletindo. Há uma temporalidade e uma relação com o espaço físico, com o corpo do analista e do paciente, que se perdeu.

Por outro lado, houve um ganho. Nesse período, passei a ver meus pacientes em suas próprias casas, com sua própria decoração ao fundo, com seus gatos passando pela tela, seus filhos batendo na porta ao lado. É interessante acessar essas novas perspectivas, na medida em que transformam cada vez mais a prática clínica.

A minha defesa das novas tecnologias pode não ser tão comum, uma vez que as pessoas costumam criticá-las. É verdade que elas podem ser superficiais, mas também é verdade que permitem experimentar coisas novas. É importante esclarecer que não existe uma diferença entre a realidade material e a realidade virtual. O melhor argumento para defender esse ponto de vista é pensar na própria mente humana, que é virtual e não está em lugar algum. Um cientista pode fazer todas as análises cerebrais que quiser, mas onde está a consciência, as memórias, os sentimentos? Tudo isso não ocupa nenhum espaço físico.

A mente nasce e morre com o cérebro, mas ela é virtual. Portanto, quando trabalho em um computador, acesso um espaço que finalmente acompanha minha mente. É sedutor porque é um virtual conversando com outro virtual, sem as limitações físicas que barram a velocidade da comunicação.

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